
A deficiência auditiva é causada, muitas vezes pela contínua exposição ao barulho muito alto. Hoje em dia, vivemos em ambientes muito ruidosos, quer seja, no trabalho, na rua, em casa e outros locais que frequentamos. A poluição sonora constante, que expõe ouvidos aos ruídos progressivos, levam a uma deterioração auditiva lenta e gradual. E as fontes do barulho são tantas que dificultam a tarefa de nos conseguirmos proteger de todas.
Mas vamos focar-nos na música, se for ouvida com o volume muito alto, pode danificar a audição e causar uma disfunção conhecida por PAIR “Perda Auditiva Induzida pelo Ruído”.
A realidade, é que principalmente as camadas mais jovens entre os 12 e os 25 anos, ouvem música muita alta nas discotecas, concertos ou até mesmo nos auscultadores dos mp3, iPods e outros dispositivos cada vez mais utilizados por estas gerações. O problema é que grande parte das vezes, o volume da música é tão alto que excede os 120 decibéis e, nos casos mais críticos, atinge mesmo os 150 dB, quando o limite não deve ultrapassar os 90-95 dB. Este ruído excessivo que vai diretamente para o ouvido, pode ter um efeito extremamente prejudicial nas Células Ciliadas Sensoriais presentes no ouvido interno, que sob estas circunstâncias, sofrem danos que levam à sua destruição e morte. Por este motivo, e segundo o Consensus Paper “Hearing well to train your brain”, promovido pela Amplifon, não causa nenhum tipo de estranheza e espanto que o número de adolescentes a sofrer de hipoacusia tenha aumentado em 30% nos últimos 15 anos.
De Beethoven aos Metallica
A história da música está repleta de artistas conhecidos mundialmente com deficiência auditiva.
Ludwig Van Beethoven é o caso mais caricato de todos. O mistério sobre como conseguiu continuar a compor, conduzir e tocar obras de arte, mesmo depois de ficar totalmente surdo, é ainda um mistério. No entanto, não é de todo um mistério que a sua hipoacusia influenciou a música que criou. Outros artistas como Sting, vencedor de sete Grammys e um Óscar e o famoso guitarrista Eric Clapton. Todos admitiram sofrer de perdas auditivas moderadas a severas. Alguns deles, mesmo apesar de continuarem a gravar álbuns, tiveram que deixar os concertos de parte. Outro caso, é o de Pete Townshend, dos The Who, que se aposentou em 2006 após descobrir que sofria de surdez.
Recentemente, o baterista dos Metallica, Lars Ulrich, confessou que sofre desde há muitos anos de tinnitus – sensação de zumbido constante nos ouvidos – um problema que piorava em grande escala após as tours da banda.
Evita este tipo de problemas, adotando regras simples e básicas no teu dia a dia, como proteger os ouvidos de ruídos fortes e constante. Baixa o volume quando ouvires música nos auriculares ou headphones, o segredo é manteres o volume a um nível em que continues a ouvir os barulhos em teu redor. Quando estiveres em ambientes barulhentos, como discotecas ou concertos, sai por alguns segundos para “descansar os ouvidos”.
Fonte: Clara Capucho, Médica Otorrinolaringologista
Responsável pela Unidade da Voz no Hospital Egas Moniz